Um crime chocante ocorrido em São Cristóvão do Sul, no Meio-Oeste de Santa Catarina, revela não apenas a brutalidade de um homem disposto a tudo para escapar da Justiça, mas também a invisibilidade e a fragilidade de vítimas como Vanderlei Weschenfelder, 59 anos, morador de rua cuja vida foi cruelmente ceifada em um plano macabro. O caso, que envolve a carbonização de um corpo dentro de uma caminhonete, a amputação de um dedo e uma tentativa de forjar a própria morte, levanta questões profundas sobre a desumanização e a desigualdade social.
O investigado, que estava sendo procurado por fraudes e processos trabalhistas, elaborou um plano detalhado para simular sua morte. Ele não apenas incendiou sua própria caminhonete com o corpo de Vanderlei dentro, como também amputou parte de um dedo para dar credibilidade ao seu desaparecimento. A estratégia, no entanto, começou a desmoronar quando testemunhas relataram tê-lo visto circulando pela região, acompanhado de um comparsa, dias após o suposto "sumiço". Além disso, a descoberta de uma garrafa pet contendo o pedaço do dedo e dois dentes, arremessada na casa de sua namorada, levantou suspeitas sobre a autenticidade da morte.
A investigação, conduzida pela Polícia Civil de Santa Catarina, revelou que o suspeito e seu cúmplice abordaram moradores de rua na região, escolhendo Vanderlei como vítima de um plano que incluía a troca de identidades. A escolha de um morador de rua não foi por acaso: pessoas em situação de vulnerabilidade social muitas vezes são invisíveis aos olhos da sociedade, o que facilita a execução de crimes como esse. A delegada Roxane Fávero Venturi e o delegado Fabiano Rizzatti Toniazzo destacaram a complexidade do caso, que envolveu desde a identificação da vítima até a descoberta de que o suspeito havia procurado atendimento médico para suturar o dedo amputado.
O comparsa, identificado como um homem com histórico criminal e condenações por homicídios, foi preso junto com o investigado em uma operação conjunta das polícias civis de Blumenau e Itajaí. Ambos permaneceram em silêncio durante o interrogatório, mas as evidências foram suficientes para a decretação de suas prisões preventivas.
Fonte: www.portalimbuianews
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