O governador Beto Richa, junto com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, participou nesta sexta-feira (7), em Guarapuava, no centro-sul do Estado, da inauguração de três empreendimentos da Cooperativa Agrária Agroindustrial. A cooperativa ampliou sua maltaria - a Agromalte, construiu uma indústria de processamento de milho e implantou um novo silo graneleiro.
Os projetos, apoiados pelo programa estadual de incentivo fiscal Paraná Competitivo e pela agência paranaense do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), somam R$ 800 milhões em investimentos. O BRDE financia R$ 175,7 milhões. O evento também marcou a comemoração dos 65 anos da cooperativa, fundada por imigrantes alemães suábios, em 1951.
“Esse investimento da Agrária tem um significado muito importante para o Estado. Neste momento de crise nacional, com empresas fechando as portas, falta de crédito, investidores se encolhendo e 12 milhões de brasileiros desempregados, é um orgulho ver aqui na região de Guarapuava um investimento grandioso como esse”, afirmou o governador. “Significa mais empregos e mais riquezas para o Paraná. Fazemos aqui a homenagem à cooperativa”, declarou. O governador visitou a primeira cooperativa da Agrária, no Distrito de Entre Rios, e a maltaria.
Richa citou o apoio do governo estadual à cooperativa. “Nosso governo tem uma bem planejada política de expansão industrial, por meio de incentivo fiscal e também com segurança jurídica e diálogo com o setor produtivo e suas entidades”, disse o governador. Ele mencionou a capitalização do BRDE, com R$ 200 milhões, para ampliar a capacidade do banco para ofertar crédito aos empreendimentos produtivos.
O governo estadual investiu também em infraestrutura para diminuir o custo da produção no Estado, disse Richa. Ele citou as melhorias na malha rodoviária, a adequação de 3,5 mil quilômetros de estradas rurais, os investimentos em estrutura, equipamentos e melhoria na gestão do Porto de Paranaguá e os investimentos na Ferroeste, que transporta produtos da cooperativa, com a compra de mais vagões e locomotivas. "Neste ano, comparado com o ano anterior, ampliamos em 30% a movimentação de cargas nesta região", disse Richa.
SAIR DA CRISE - O ministro da Agricultura também enalteceu o projeto da Agrária no momento difícil da economia. “Bem poucas empresas fazem um investimento deste porte em um momento difícil da economia brasileira. O Brasil está em crise, precisa se recuperar e investimentos como esse ajudam na retomada do desenvolvimento”, afirmou Blairo Maggi. Ele disse que o País precisa aumentar sua participação no mercado mundial e que o movimento das cooperativas do Paraná vem nessa direção. “O que a Agrária faz está em plena direção do que o governo pensa e quer, que é agregar valor aos produtos”, disse ele.

PLANO DE EXPANSÃO - Os projetos fazem parte do plano de expansão da cooperativa, que faturou R$ 2,5 bilhões no ano passado, tem 620 cooperados e emprega 1,5 mil pessoas. Com os investimentos, a Agrária aumenta a capacidade produtiva anual da sua maltaria de 220 mil para 350 mil toneladas. Maior do País, a maltaria da Agrária detém 25% do mercado brasileiro de malte.
A indústria de milho produzirá anualmente 180 mil toneladas de grits, flakes, germe, fubá e creme de milho para indústria alimentícia na fabricação de snacks, biscoitos e salgadinhos. Já o novo silo graneleiro conta com capacidade estática de 277 mil toneladas, a maior do país, segundo Companhia Nacional de Alimentos do Brasil (Conab). Com isso, a Agrária passa a contar com uma capacidade de armazenagem total de 1,2 milhão de toneladas.
FINANCIAMENTO - Do total investido pela cooperativa nos três projetos, R$ 175,7 milhões estão sendo financiados pelo BRDE. A maior parte desse montante foi para a ampliação da maltaria, com financiamento de R$ 107,6 milhões. A processadora de milho recebeu R$ 51,3 milhões repassados pelo BRDE. Para a área de armazenagem foram mais R$ 16,8 milhões, de acordo com o banco. A empresa também contou com o apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Brasil.
FORA DO COMUM - Para o prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestre Filho, o investimento amplia a capacidade da cidade criar empregos e também novas receitas para o futuro do município. “Esse é o maior ganho que temos, encontrar um caminho próprio de crescimento, na contramão do período de crise”, disse Silvestre.
O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que a Agrária é modelo de cooperativa, com competência fora do comum. Ele ressaltou participação das cooperativas paranaenses no agronegócio do Estado e também citou o apoio do governo estadual ao setor. “Além de financiamento e de incentivo fiscal, o Estado é parceiro com outras ações, como pesquisa, trato do solo, boas práticas de produção”, disse ele.

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Cadeia completa, desde pesquisa até industrialização
A história da Agrária começou em 5 de maio de 1951, com o desafio de apoiar 500 famílias de Suábios do Danúbio, no sul da Alemanha, a recomeçarem depois de deixarem o país durante a Segunda Guerra Mundial.
Os suábios tinham tradição na agricultura desde o século XVIII. No Paraná, se instalaram no distrito hoje de Entre Rios, em Guarapuava, onde está a sede da cooperativa. Com uma produção verticalizada, a cooperativa instituiu cadeias produtivas completas, que compreendem desde pesquisa agrícola, realizada pela FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária) até a industrialização da produção agrícola.
Soja, milho, cevada, trigo, aveia, triticale, canola e feijão são as principais culturas, com uma área cultivada de 115 mil hectares nas de verão e de 66 mil hectares nas de inverno.
Fonte: www.aen.pr.gov.br