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segunda-feira, 19 de abril de 2021

258 mil famílias paranaenses sobrevivem com menos de R$ 3 por dia por pessoa


Dados da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf) do Paraná, de abril de 2020, apontam que 258 mil famílias do estado vivem em situação de extrema pobreza.

Segundo a Sejuf, os grupos familiares nesta situação têm renda mensal de até R$ 89 por pessoa, o que representa menos de R$ 3 por dia. Com os impactos da pandemia da Covid-19, muitos moradores dependem de doações para se alimentar.

No estado, conforme a secretaria, 400 mil famílias estão cadastradas e recebem o auxílio do Bolsa-Família.

Charles Adriano Nunes e Silene Aparecida dos Santos, que são casados, estão desempregados. O marido perdeu o emprego há dois anos e, na mesma época, desenvolveu uma hérnia e não conseguiu operar pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A esposa ficou desempregada na pandemia. A família precisou ir morar na casa do pai de Charles, junto com a filha. Silene está grávida.

"Bate um desconforto, em saber que o filho pede uma coisa e você não pode dar. Que a gente possa retomar a uma vida melhor para dar o melhor para ele, né", diz Silene.


Aumento da pobreza

Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Social analisou o impacto do Auxílio Emergencial, do Governo Federal, na vida da população pobre do Brasil.

Em agosto de 2020, com o auxílio, 9,5 milhões de brasileiros estavam na linha da pobreza, o que representa 4,5% da população do País.

Em março de 2021, sem o benefício, o número de pobres quase triplicou no Brasil, passando para 27 milhões de pessoas, ou 12% da população.

Em abril, com a nova rodada do novo auxílio, em que os beneficiados recebem, em média, R$ 150, o número de brasileiros na pobreza, que sobrevivem com R$ 246 por mês, caiu timidamente para 22 milhões de pessoas, o que corresponde a 10% dos habitantes.

Nas favelas

Um levantamento nacional da Central Única de Favelas (Cufa) identificou que o desemprego causado pela pandemia do coronavírus agravou a fome nas comunidades.

A pesquisa, que foi realizada com 2.087 pessoas de 76 favelas do país, mostrou que cerca de 68% dos moradores não têm dinheiro para comprar comida.

Na Portelinha, comunidade no bairro Santa Quitéria, em Curitiba, se antes a região sofria com a falta de ligação de água e esgoto, agora os moradores precisam lidar também com o desemprego, a fome e as consequências da pandemia: das 320 famílias que vivem na comunidade, dez ficaram em isolamento com casos e Covid-19.

O levantamento da Cufa indicou que o número de refeições das famílias brasileiras que moram nas favelas caiu. Enquanto em agosto de 2020 a média de refeições diárias era de 2,4 em 2021 passou para 1,9. Ou seja, em média as famílias fazem menos de duas refeições por dia. Veja mais em G1 - PR/RPC - Curitiba 



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