Durante o interrogatório, o autor do crime relatou ter aplicado um “mata-leão” na vítima; ele pode responder por homicídio com as qualificadoras de asfixia e feminicídio
O delegado Bruno Miranda Maciozek, que responde interinamente pela Delegacia da Mulher de Guarapuava, concedeu uma entrevista coletiva nesta terça-feira (26) e deu mais detalhes da investigação da morte da cabeleireira Terezinha Pires (50 anos), morta a facadas no último sábado (23) no bairro Tancredo Neves.
Principal suspeito do crime, o namorado da vítima foi preso pela Polícia Militar (PM) ainda no sábado, no bairro Primavera, e já teve sua prisão convertida em preventiva. Ele segue à disposição da Justiça na Cadeia Pública.
Segundo o delegado responsável pelo caso, durante o interrogatório o homem disse que teria recebido uma mensagem de outra mulher em seu celular e que isso “foi mal interpretado pela vítima, que teria agredido ele”. Após uma segunda agressão, o autor alega que aplicou um “mata-leão” em Terezinha e não lembra do que aconteceu na sequência.
“Mas foi encontrada uma faca suja de sangue no carro e ele confirmou que usou a faca”, afirma o delegado, acrescentando ainda que, durante o interrogatório, o homem teria dito que “não era um monstro”.
A mulher foi encontrada já sem vida pela filha por volta das 13h de sábado, dentro do seu quarto. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atestou a morte e cita cinco ferimentos causados por arma branca.
De acordo com Maciozek, o autor foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio com as qualificadoras de asfixia e feminicídio. O celular do homem foi apreendido no momento da prisão e a Polícia Civil já tem autorização judicial para acessá-lo. “Nesse celular, pode haver algum elemento de informação que altere a tipificação”, acrescenta.
Ainda sobre a dinâmica do crime, o delegado aponta que o desentendimento ocorreu dentro da casa e que o “mata-leão” pode ter feito a vítima perder a consciência e não conseguir gritar por socorro.
“O quarto estava bem revirado. O que consta no relatório preliminar do local de morte é que o corpo da vítima não tinha nenhuma lesão indicativa de resistência, o que confirma que ele deu um ‘mata-leão’ e ela não teve como resistir”, completa.
INVESTIGAÇÃO
O delegado aponta que irá ouvir pessoas próximas do casal para verificar se um comportamento abusivo por parte do homem “era anunciado”. Até o momento, já falaram com a polícia a filha da vítima, os agentes que fizeram a condução em flagrante e o namorado da filha da vítima.
A Polícia Civil aguarda o laudo de necrópsia e de local de morte, a análise do celular do autor e outras diligências dentro do prazo de dez dias do inquérito.
Fonte: Correio do Cidadão
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