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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

GUARAPUAVA: Rebelião dura mais de sete horas e 11 presos são transferidos

Motim começou por volta das 10h e terminou já pelas 18h30 com a transferência de 11 presos para Curitiba segundo o delegado chefe da Polícia Civil, Alexandre Rorato Maciel

Depois de mais de sete horas de negociação, a Rebelião na cadeia pública da 14ª SDP chegou ao fim em Guarapuava com a transferência de 11 presos para Curitiba. Outros 30 ainda devem ser transferidos nesta semana para outras cidades do Estado como parte das reivindicações que incluem melhorias na alimentação e nas condições das celas.

O motim dos presos começou por volta das 10h quando três agentes carcerários foram feitos reféns na distribuição de marmitas para o almoço nas alas A e B. Nas negociações, estiveram presentes o superintendente da 14ª SDP Arilson Alborghetti, o delegado-chefe Alexandre Rorato Maciel, Ministério Público, Vara de Execuções Penais e um advogado chamado pelos presos, de Curitiba.

Para o delegado Alexandre Rorato Maciel, a transferência ocorreu com tranquilidade ainda neste domingo e a rebelião não teve feridos. “Houve alguns danos na cadeia e o inquérito está sendo instaurado para apurar a rebelião e quem são os responsáveis pelo início do motim. Esperamos que nos próximos dias mais 30 sejam transferidos, além dos 11 que vão para Curitiba”, afirmou o delegado.

Familiares de presos foram se aglomerando em frente à delegacia já durante a manhã, reivindicando informações. Durante o final da tarde, os moradores chegaram a queimar pneus pedindo a saída dos policiais do local. Ana Paula Goulart, esposa de um detento esteve em frente à 14ª SDP durante todo o dia e teve acesso às galerias. Segundo ela, não houve feridos. “Não teve feridos, mas não deixaram ver como está o fundão das galerias. Queremos justiça e a presença da juíza da VEP, e ainda passei humilhação lá dentro. A situação é precária dentro da cadeia”, disse Ana Paula.

A esposa Edicléia Soares disse que a situação é deplorável aos detentos e reclamou da demora de transferência de presos condenados. “Tem muito preso que já recebeu a audiência final, a condenação, no caso do meu marido, que até agora nada, a resposta era para vir em 15 dias e já faz três meses que ele está lá e nada”, reclamou.

A escolta dos transferidos foi feita pela Polícia Militar a partir de uma lista indicada pelos próprios detentos, como explica a Aspirante Manfrói do 16° BPM. “Eles realizaram uma lista, entregaram para a promotora, para o delegado, esses nomes foram analisados e foi concedida a transferência desses presos, nosso trabalho foi mais da segurança do local por causa da presença dos familiares”, afirmou.

Sérgio Annes, do Conselho de Segurança de Guarapuava, argimentou que a Cadeia Pública estourou o limite e é um problema social na cidade. “As reclamações são diárias, presos que são condenados e que poderiam ir para as penitenciárias, o Conselho trabalha dentro das necessidades que são pedidas, câmeras, serviços de monitoramento, mas tudo isso é paliativo, são situações que exigem um melhor empreendimento do Governo do Estado”, argumentou.

A aglomeração de familiares em frente à 14ª SDP terminou por volta das 23h e a transferência dos 11 presos foi realizada ainda ontem para Curitiba.
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