Albanita e Izan Bauer moram em Curitiba e receberam alta do hospital no último domingo (22). Família acredita que tratamento humanizado tenha feito a diferença na recuperação.
A história de amor de Albanita e Izan Bauer já dura quase 70 anos e ganhou um episódio especial - mas também difícil - após ambos serem diagnosticados com Covid-19. O casal precisou ficar internado e, juntos, superaram a doença.
A recuperação foi ainda mais rápida após a equipe médica do hospital juntar as camas do casal.
Albanita tem 83 anos, e Izan 87. O casal vive em Curitiba. No fim de abril, Izan sofreu um infarto e precisou ser internado . Durante o tratamento, um diagnóstico de Covid-19 preocupou ainda mais a família.
A filha do casal, Patrícia Bauer, conta que o idoso foi transferido para o Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, para tratar a doença e se recuperar do ataque do coração.
"Ele precisou ir para a UTI. A situação dele se agravou bastante, por causa dessas comorbidades cardiológicas. Isso me desesperou, porque a ligação dele com a minha mãe é muito forte", disse.
Durante esse período, Albanita também adoeceu, sendo diagnosticada com Covid-19. De acordo com a família, ela também sofre de Alzheimer.
Quando o resultado do exame veio, no início de maio, Izan tinha recebido alta da UTI e estava internado no quarto. Ao analisarem o estado da idosa, os médicos recomendaram que ela também fosse internada.
Patrícia lembra que a mãe precisou ser hospitalizada no dia do aniversário de Izan. Apesar de ver a esposa doente, ele ficou feliz em poder reencontrá-la, uma vez que ficou no mesmo quarto que ele.
"Ele estava no quarto e, de repente, eu entrei com a minha mãe na maca. Foi uma surpresa. E ele falou: 'é o meu amor, meu grande amor, o maior presente de aniversário da minha vida'. Foi um momento muito lindo", contou Patrícia.
Recuperação
A simples ideia de juntar as camas fez com que a equipe médica percebesse uma melhora rápida no quadro de saúde do casal. No último domingo (22), os dois receberam alta e puderam voltar para casa.
Patrícia diz que teve a percepção que os sintomas da Covid-19 desapareceram depois que eles se encontraram para se recuperarem juntos.
"A partir dali começou a recuperação mais sensível do meu pai. E a minha mãe, embora no início da enfermidade, se manteve firme e feliz por ele estar ao lado. Eles ficavam de mãos dadas, faziam a fisioterapia juntos. Foi muito bonito de assistir. Funcionou e fez bem", contou.
O dia de maior felicidade foi quando o casal recebeu alta. Agora, os cuidados continuam em casa, onde Albanita e Izan se recuperam bem.
Para Patrícia, apesar das dificuldades do tratamento, o episódio deixou uma lição de companheirismo e amor.
"Embora tenha sido cruel, foi uma experiência emocionante. É uma lição de resiliência, de companheirismo, de parceria. Foi algo muito especial", disse.
O tratamento
A médica Larissa Hermann Nunes auxiliou no tratamento do casal e reforça que a recuperação dos idosos foi acentuada depois que eles puderam ficar juntos.
A profissional contou que, durante a pandemia, o hospital optou por unir casais que estavam tratando a doença, facilitando a recuperação e tornando o tratamento mais humanizado. No caso de Albanita e Izan, os benefícios ficaram ainda mais claros.
"Eles ficaram muito mais calmos, compreendendo o que estava acontecendo. O ritmo de respiração melhorou, a saturação de oxigênio começou a melhorar. E isso ajudou com que eles pudessem ir para casa logo", afirmou.
Para Larissa, um dos momentos mais especiais foi a primeira noite em que os dois puderam dormir com as camas juntas.
"O seo Izan disse que aquela tinha sido a melhor noite dele no hospital, que ele tinha conseguido dormir tranquilo, justamente porque ele estava perto de quem ama. Isso aquece muito o coração."
Fonte: G1 PR — Maringá
Nenhum comentário:
Postar um comentário