Quase metade dos gastos em diárias da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) foi do gabinete militar do Legislativo, composto por policiais que, entre outras funções, escoltam o presidente da Casa em deslocamentos.
De janeiro a outubro de 2019, foram gastos R$ 328 mil em diárias de viagem, sendo que R$ 150,6 mil corresponderam ao gabinete militar - o que representa 45,9% do total. Os números são do Portal da Transparência.
O gabinete militar foi criado por meio de um decreto legislativo, em 2011. Segundo a legislação, o efetivo serve tanto para o policiamento no prédio da Alep quanto para a segurança pessoal e familiar do presidente e, mediante solicitação, do 1º secretário.
No comparativo com os gastos de janeiro a outubro de 2018, que foi um ano eleitoral, as despesas em diárias de viagem, de R$ 476,7 mil, foram maiores do que no mesmo período do ano passado.
Porém, em 2018, a representatividade dos gastos do gabinete militar foi ainda maior, de 66,3%. Foram gastos em escolta R$ 316,2 mil entre janeiro e outubro de 2018.
Esse gasto do gabinete militar quase chegou ao total concedido em diárias - incluindo deputados e servidores - no mesmo período de 2019.
Vale lembrar que o dinheiro usado em diárias por deputados e servidores não precisa de comprovação com notas fiscais.
Até a noite de segunda-feira (20), os dados referentes aos meses de novembro e dezembro de 2019 ainda não estavam disponíveis no site da Assembleia Legislativa.
Também não é possível comparar o primeiro ano da atual legislatura com o mesmo ano da legislatura anterior (em 2015), pois os dados começaram a ser inseridos em julho daquele ano.
Em nota, a Alep justificou a redução no gasto total de um para outro devido a uma "gestão eficiente dos recursos" por parte da mesa diretora e informou que "a requisição de diárias segue rigorosamente o que determina a legislação".
Diretora de comunicação com diária para 'escolta e segurança aproximada'
Apenas uma parte de todos os registros de diárias utilizadas por profissionais do gabinete militar apontam o nome do beneficiário, que deve ser um policial militar cedido e custeado pelo Legislativo.
Em um registro de 9 agosto de 2019, constava que a diretora de comunicação da Alep, Kátia Chagas, havia recebido duas diárias, no valor de R$ 801,87, para "serviço de escolta e segurança aproximada de autoridade para Brasília/DF de 23/07/2019 a 24/07/2019".
Em nota, o Legislativo informou que se tratava "de um erro do setor técnico responsável por abastecer o Portal da Transparência" e que as "providência para correção de tal equívoco já foram tomadas".
Depois do contato da reportagem, a justificativa no portal foi trocada para "reunião no Senado e no Ministério das Comunicações referente a concessão de um canal de TV aberta para a TV Assembleia de 23/07/2019 a 24/07/2019".
Fonte: G1 - PR
Nenhum comentário:
Postar um comentário