Professores e funcionários da rede estadual de ensino do Paraná iniciaram uma paralisação por tempo indeterminado a partir deste segunda-feira (17). Com a paralisação, aproximadamente um milhão de estudantes devem ficar sem aula. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP- Sindicato), a greve deve reunir todo o efetivo da categoria – aproximadamente 40 mil funcionários.
De acordo com o presidente da APP, Hermes Leão, "um dos principais motivos que levou à paralisação da categoria foi o fato de o governador Beto Richa (PSDB) ter voltado atrás no compromisso de pagamento da data-base da categoria para janeiro de 2017".
"O governo do Paraná já debateu conosco, já se comprometeu e não vem sustentando suas promessas, inclusive com a proposta de retirar a nossa data-base. Somos a categoria com os mais baixos salários. Será uma greve forte nas mais de duas mil escolas do Estado do Paraná", reforça Hermes Leão.
Os professores da rede estadual também exigem a regularização do pagamento de promoções e progressões e reclamam do atraso no auxílio refeição para alguns funcionários. Eles também reivindicam a equiparação dos salários de escolas.
Apoio às ocupações
Ao G1, Hermes Leão disse que a APP-Sindicato apoia o movimento dos estudantes que ocupam escolas do estado para protestar contra a medida provisória 746 que determina uma reforma no ensino médio no país. "Nós temos essa pauta em comum e reconhecemos o direito legítimo dos estudantes em protestar sobre o assunto", disse o presidente do sindicato.
O presidente do sindicato declarou ainda que a APP-Sindicato repudia o recesso escolar nesta semana anunciado neste domingo (16) pelo chefe da Casa Civil do governo do Paraná, Valdir Rossoni.
Entenda o acordo feito em 2015 entre o governo e os servidores
No entanto, a proposta que acabou sendo aprovada pelos professores previa o pagamento de 3,45% referente à inflação entre os meses de maio, quando vencia a data-base da categoria, e dezembro de 2014.
Em janeiro deste ano, os servidores receberam um novo reajuste, com a inflação acumulada em 2015. A mesma medida deveria ser tomada em janeiro de 2017, referente à inflação de 2016, mais 1%.