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sábado, 16 de fevereiro de 2019

Obras alagam sala e alunos são forçados a mudar de local para estudar em Guarapuava



Alunos da Escola Municipal Capitão Wagner, no bairro Vila Bela, em Guarapuava, região central do Paraná, tiveram que mudar de salas para estudar nesta sexta-feira (15), depois que a sala onde estudam foi alagada por causa de problemas em uma obra no prédio.

Segundo a direção da escola, o problema começou depois que uma empresa terceirizada iniciou os trabalhos de limpeza do teto e pintura.

"Tivemos que remanejar alunos para outras salas, devido à inundação. Inclusive, nessa sala, nunca molhava e até a forração descolou devido a infiltração de água", disse a diretora Rosana Santos.

A sala dos professores e o refeitório, segundo a direção, também foram alagados. O espaço dos professores foi fechado e o cardápio da merenda foi substituído por bolacha, com o fechamento do refeitório.

A diretora da escola diz que estão há mais de 15 dias conversando com a Prefeitura de Guarapuava e com a empresa responsável pela obra para relatar o problema.

A empresa contratada para a limpeza do telhado disse que os problemas na escola não foram causados pelas obras já executadas, mas pela falta de manutenção nos locais de passagem da água da chuva.

Disse também que na segunda-feira (18) vai se reunir com representantes da escola e do município para resolver o assunto.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Funcionários do Hospital Santa Tereza decidem entrar em greve a partir de segunda



Os funcionários do Hospital Santa Tereza de Guarapuava decidiram entrar em greve em 72 horas, caso o pagamento deste mês não seja efetuado. A decisão foi tomada nesta quinta (14) em assembleia organizada no Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviço de Saúde de Guarapuava. O pagamento dos funcionários deveria ter sido feito no último dia 7 de fevereiro.

Nesta sexta (15), o administrador do HST Francisco Cogo informou que o sindicato ainda não notificou o hospital sobre a decisão. E que caso confirme, por exigência legal, todos os serviços essenciais serão mantidos. Na semana passada o administrador do hospital Francisco Cogo, informou que mensalmente solicita para a regional uma antecipação de recursos da contratualização para a folha de pagamento e que este mês o mesmo foi feito, mas com a mudança de governo, secretários e demais cargos, a velocidade da análise do pedido não foi a mesma. O valor total da folha de pagamento dos 360 funcionários é de cerca de R$ 730 mil.

Túmulo foi violado e cadáver abusado sexualmente no cemitério central de Londrina


LONDRINA – Um túmulo foi violado e um cadáver feminino abusado sexualmente durante a madrugada desta sexta (15) no Cemitério São Pedro, na região central de Londrina. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso, denunciado por funcionários da Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina (Acesf) que chegavam para trabalhar durante a manhã.

Segundo as informações, os funcionários identificaram outros túmulos violados, e o cadáver da mulher estava largado em uma das calçadas do cemitério, completamente nu.

A Guarda Municipal também informou que outro corpo, também de uma mulher, e em adiantado estado de putrefação, foi deixado em um caixão arrombado. O corpo violado, por sua vez, foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Londrina, e a família comunicada sobre o caso.

Conforme Leonilso Jaqueta, superintendente da Acesf, a imagem encontrada pelos funcionários do cemitério é chocante. O caso está sendo tratado como necrofilia, e a última vez que uma situação desta aconteceu foi ainda na década de 1998, no cemitério Jardim da Saudade (Zona Norte).

Fonte: 24horas


Cozinha comunitária servirá refeições acessíveis em Mato Rico


A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento inaugurou nesta quinta-feira (14), em Mato Rico, no Centro do Estado, a primeira cozinha comunitária de uma série de nove que estão sendo implantadas no Interior do Estado. Foram investidos R$ 82 mil na construção e equipamentos desta unidade, com capacidade inicial para fornecer cerca de 200 refeições diárias a preços acessíveis. O atendimento é direcionado principalmente à população dos segmentos mais vulneráveis.

Além dos recursos do Governo do Estado, houve contrapartida de R$ 147,6 mil, do município e da Cooperativa Agropecuária Matoriquense (Coamar), que se responsabilizaram pela construção da cozinha. A Secretaria da Agricultura e Abastecimento investiu nos equipamentos, como mobiliários, utensílios e equipamentos de proteção individual.

O objetivo do empreendimento é facilitar o acesso a uma alimentação saudável, diversificada e econômica, estimular hábitos alimentares saudáveis e promover a educação alimentar e nutricional, com produção e comercialização de refeições saudáveis.

Entre os requisitos dessa iniciativa está a compra de produtos da agricultura familiar. Em Mato Rico, a aquisição de alimentos será em parceria com a Coamar, sediada no município.

OUTRAS UNIDADES – o Estado está investindo R$ 1,2 milhão na construção e equipamentos de nove cozinhas comunitárias no Paraná. Segundo o Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional da secretaria, até o final deste ano devem ser celebrados mais 10 convênios, somando de R$ 1,5 milhão.

Para o secretário da pasta, Norberto Ortigara, o investimento em restaurantes populares e em cozinhas comunitárias visa fortalecer o mercado da agricultura familiar e ampliar a oferta de alimentos saudáveis à população mais vulnerável. “Temos entre nossas metas garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) em nosso Estado”, disse.

De acordo com a diretora do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional, Márcia Stolarski, o Paraná está no caminho certo ao apoiar projetos que ampliem o acesso à alimentação saudável, diversificada e econômica. “Precisamos estimular hábitos alimentares saudáveis, comer comida de verdade e, também, garantir renda e qualidade de vida aos agricultores”.

Segundo o prefeito de Mato Rico, Marcel Mendes dos Santos, o município 75% da população da cidade vivem na área rural. Mais da metade é vulnerável nos aspectos social e econômico e, com frequência, essas pessoas se deslocam ao centro urbano para atividades comerciais e bancárias, capacitação, atendimento de saúde, entre outros.

Devido ao reduzido poder aquisitivo dessa população, torna-se difícil ter uma alimentação adequada nos restaurantes particulares. “Agora temos um local adequado para essa população se alimentar”, destaca o prefeito.

QUALIDADE - O cardápio será planejado e orientado por uma nutricionista, visando atender as necessidades nutricionais do público, considerando a produção e cultura locais.

A prefeitura estabeleceu três níveis de preços da refeição oferecida na cozinha comunitária, explica o vice-prefeito Ederli de Jesus Ribeiro da Silva, que também é gerente da cooperativa.

Para famílias em situação de risco de desnutrição o custo é de R$ 2,00. Elas precisam ser cadastradas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras). Atualmente, são 45 famílias com direito à refeição desse valor.

As famílias cadastradas no Bolsa Família, com uma renda estabelecida, pagam R$ 4,00 por refeição. A cozinha comunitária estará aberta também para atender o público em geral, desde que seja comprovadamente morador do município. Nesse caso, o valor será R$ 6,00.

As refeições serão compostas de arroz, feijão, verduras, legumes, um tipo de carne (bovina, suína, frango ou peixe), além de frutas, sobremesa e suco natural. Todos os produtos serão fornecidos pelos agricultores familiares da região.

Fonte: AEN



O IML divulga resultado de exame da morte de Suellen Weber


O IML divulga resultado de exame da morte de Suellen Weber que morreu no dia 02/02 em Turvo. A conclusão do laudo é que foi traumatismo craniano e agora a polícia quer esclarecer como foi isso, se ela foi jogada ou empurrada do carro em movimento ou se foi uma queda acidental como disseram os dois jovens que deram carona pra ela, em depoimento eles disseram que ela passou mal tentou abrir a porta do carro e acabou caindo. Eles disseram também que se ofereceram para levar ela para o hospital, mas que Suelen preferiu ir para casa. 

O delegado pediu a apreensão de carro que foi encontrado em Campo Mourão. Agora esse carro vai passar por uma perícia do Instituto de Criminalística. Lembrando que foi instaurado um inquérito e o delegado trata esse caso como um homicídio. O delegado diz que vai analisar o carro e que mais pessoas serão ouvidas para ter a completa noção e elucidação de como aconteceu as lesões que levaram a Suellen a morte.

O delegado esteve nessa quinta-feira em Turvo, na casa da família da Suellen. Ele também está em busca de mais imagens de câmeras de monitoramento, porque as que chegaram, não são muito boas. Outro ponto importante é o celular da Suellen que a polícia ainda não conseguiu analisar porque está com dificuldades de desbloquear o aparelho. 
Falta ainda o laudo que vai identificar se ela sofreu ou não abuso sexual e também o laudo toxicológico, que leva até 60 dias para chegar. O delegado tem um prazo de 30 dias para concluir esse inquérito.

As informações são da RPC - Guarapuava

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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Prefeito e secretário de Viação e Obras de Virmond têm bens bloqueados pela Justiça por uso de máquinas do Município em benefício de particulares



O prefeito e o secretário de Viação e Obras de Virmond, no Centro-Sul paranaense, tiveram os bens bloqueados por decisão judicial liminar relacionada a ação civil pública ajuizada pela Promotoria de Justiça de Cantagalo (sede da comarca). O bloqueio é de R$ 53.428,24 para o prefeito e de R$ 18.242,84 para o secretário.

Ambos são réus na ação, motivada por ato de improbidade administrativa pelo uso de máquinas e equipamentos do município em benefício de uma organização religiosa. Conforme a ação, o prefeito – que autorizou os trabalhos, acompanhados e fiscalizados pelo secretário – “dispôs da coisa pública como se dela fosse dono, desprezando por completo o princípio constitucional da impessoalidade”, uma vez que “ocorreu o uso de maquinário e servidores públicos para benefício de particular, comandados pelos demandados, ficando configuradas condutas ímprobas, cometidas pelos requeridos, configurando lesão ao erário”.

Garantia – O bloqueio de bens busca garantir o ressarcimento do prejuízo ao erário e o pagamento de multa civil no caso de condenação dos réus. Na análise do mérito da ação, o Ministério Público do Paraná pede que os requeridos sejam condenados às sanções previstas na Lei de Improbidade, como perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, ressarcimento dos danos ao erário e pagamento de multa.

Fonte: www.comunicacao.mppr.mp.br

Vem aí grande Domingueira na Estância Índio do Carneiro, em Rio do Salto - Turvo




Paraná teve mais de quatro mil acidentes com aranha-marrom



O Paraná registrou 4.098 acidentes com aranha-marrom em 2018, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, o que representa uma diminuição em relação a 2017, quando houve 4.198 ocorrências no Estado.

A maior incidência ocorre em Curitiba e municípios da Região Metropolitana, que concentram aproximadamente 50% dos casos a cada ano, de acordo com levantamentos anuais feitos desde 2015.

Do início do ano até agora, já foram registrados 203 casos. Os períodos de calor propiciam uma maior frequência de picadas, pois as altas temperaturas aumentam o metabolismo destes animais, que se movimentam mais em busca de alimento e de um parceiro para reprodução.

"Essa movimentação aumenta também o encontro entre homem e animal, e com isso acontecem mais acidentes no período do verão, não só com aranhas, mas também com serpentes, escorpiões e lagartas", afirma Emanuel Marques da Silva, biólogo da Divisão de Zoonoses e Intoxicações e coordenador do Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos.

As aranhas-marrons procuram abrigo em locais secos, quentes e escuros, pois não suportam claridade. À noite, sai para caçar, em busca de alimento e da água que ele contém.

CUIDADOS – O controle químico (com inseticidas) não é recomendado na eliminação de animais peçonhentos, até para não intoxicar seres humanos e outras espécies.

O mais apropriado é fazer o manejo ambiental, com práticas simples que devem ser adotadas dentro das residências. "É preciso eliminar os quatro 'As' que garantem a sobrevivência desses animais: abrigo, acesso ao abrigo, alimento e água. Quando eliminamos qualquer um desses quatro 'As', estamos alterando o ambiente natural dele", afirma o biólogo.

O acesso a abrigos da aranha-marrom pode ser as frestas de casas em paredes, rodapés, caixilhos de portas, que devem ser fechados com massa corrida ou outro material apropriado. "Isso vai diminuir a presença destes animais, pois não terão onde se esconder, e assim podem ser abatidos mais facilmente. Diminuindo a população, eles se reproduzem menos e infestam em menor quantidade as residências", afirma Emanuel.

VIAGEM – O biólogo também chama a atenção para os períodos de férias, quando as pessoas voltam de viagem. É recomendado que os moradores vistoriem a casa, em especial dentro de sapatos e em roupas e toalhas encostadas em paredes ou no chão, que podem ser esconderijos de aranhas-marrons.

É importante também organizar materiais que estejam em caixas de papelão, livros velhos e outros objetos acumulados que podem se tornar abrigos para elas. O mesmo vale para materiais de construção fora de casa.

Tábuas devem ficar em pé, e não deitadas; assim como tijolos e telhas, que além de ficarem na posição vertical, devem estar a pelo menos 20 centímetros do solo, em um estrado ou outro suporte. Com estas medidas de manejo ambiental, as pessoas também não se intoxicam com produtos químicos.

SORO – Em caso de picada da aranha, a orientação é lavar o local do ferimento com água e sabão para mantê-lo limpo; não cobrir a ferida e nem fazer qualquer outro procedimento. Uma Unidade de Saúde deve ser procurada o mais rápido possível. Quanto antes for feito o diagnóstico, melhor vai ser a evolução do quadro, com a medicação adequada.

Em situações mais graves, a vítima poderá ser encaminhada para um hospital. Caso seja necessário, no paciente será feita uma soroterapia, mas este tratamento não ocorre com muita frequência. "Menos de 5% dos casos necessitam do uso do soro antiaracnídico ou soro antiloxoscélico, e somente um médico vai poder avaliar a necessidade", afirma Emanuel da Silva. Apenas a rede SUS tem o soro disponível, que não é encontrado em hospitais particulares e não é comercializado.

Se for possível, o paciente deve levar a aranha capturada em um recipiente, esteja ela viva ou morta, para ajudar o médico na identificação do animal (isso vale também para ocorrências com escorpiões, lagartas ou outras espécies peçonhentas). Caso esteja morta, é preciso colocar um pouco de álcool no recipiente para preservar o animal, que se deteriora muito facilmente.

Fonte: AEN

"PAER": erro em sinalização chama atenção de moradores e viraliza


Um erro na pintura de sinalização no asfalto do cruzamento da Avenida Guaiapó com a Rua Iguaçu, chamou atenção dos moradores de Maringá. Os funcionários pintaram a palavra “PAER”, ao invés de “PARE”.

O erro teria sido cometido por uma empresa terceirizada, que presta serviço para a prefeitura do município.

A empresa voltou ao local, às pressas, para arrumar o defeito, na tarde de quarta-feira (13). Mesmo refeito, a história virou piada e viralizou nas redes sociais.



Perita detalha ação do Paraná nos resgates de Brumadinho



A perita criminal Patrícia Doubas Cancelier, da Polícia Científica do Paraná, passou sete dias na linha de frente da identificação dos corpos resgatados no mar de lama e rejeitos em Brumadinho, Minas Gerais. Ela integrou uma força-tarefa paranaense que incluiu a geóloga Fabiane Acordes, dois agentes da Defesa Civil, bombeiros, viaturas e cães farejadores. Por determinação do governador Carlos Massa Ratinho Junior, o Paraná foi um dos primeiros estados a prestar apoio técnico e operacional para mitigar as consequências da tragédia que sacudiu o país.

Patrícia fez parte da equipe de peritos criminais que atendeu os primeiros dias do local do desastre. Todos os corpos e fragmentos de corpos retirados na primeira semana de trabalho passaram pelas mãos desta equipe, que foi sendo substituída por outros peritos na sequência.

O trabalho consistia no tratamento adequado dos corpos e vestígios que do entorno. Toda a documentação inicial tem início já nesta fase e se baseia em protocolos internacionais, cujo objetivo final é poupar tempo de trabalho na identificação realizada dentro do Instituto Médico-Legal (IML). O corpo é fotografado, há um croqui e todos os vestígios são devidamente documentados.

Ao mesmo tempo, os agentes da Defesa Civil participaram das reuniões estratégicas com os demais órgãos de investigação e resposta rápida e os bombeiros do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost), também do Paraná, apoiaram as equipes de busca ativa (aérea e terrestre), mapeamento dos locais das vítimas e intervenção direta para o recolhimento dos corpos. Uma equipe de bombeiros paranaenses segue em Brumadinho.

Segundo a perita, os principais obstáculos na operação montada em Minas Gerais foram a violência do impacto da lama sobre as vítimas e as dificuldades de resgate em função do volume de rejeitos sobre área muito extensa. Mesmo diante desses complicadores, Patrícia elogiou os protocolos de segurança seguidos pela força-tarefa interestadual e a estrutura disponibilizada para atendimento das famílias no IML, em respeito ao luto que cobriu a região.

De volta ao Paraná, a especialista considera que os protocolos do Estado num possível enfrentamento já estão de acordo com padrões internacionais e garante que todas as estruturas de segurança, prevenção e ação emergencial já estão conectadas há mais de cinco anos. Essa interligação começou a ser construída na instalação da Comissão de Identificação de Vítimas de Desastres do Paraná, da Polícia Científica, em 2013.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior também solicitou que o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) avalie a situação das 461 barragens existentes no território paranaense. Os trabalhos são monitorados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável e Turismo.

Segundo o último balanço divulgado pela Defesa Civil de Minas Gerais, a tragédia de Brumadinho já soma 166 mortos (160 identificados) e 155 desaparecidos.



Confira trechos da entrevista com a perita criminal Patrícia Doubas Cancelier, da Polícia Científica do Paraná.

Como foi a integração das forças do Paraná em Brumadinho?

Fui requisitada para compor uma das equipes da Polícia Federal que trabalhou na identificação das vítimas, então o Paraná cedeu a minha força de trabalho para atuar no local do desastre. Fui para uma missão de sete dias e agora uma nova equipe chegou ao local. Eu já colaborava com a Polícia Federal em um grupo chamado DVI (Disaster Victim Identification – ou Identificação de Vítimas de Desastres) desde que ajudei a escrever o Manual de Perícias em Situações de Desastres em Massa da Polícia Federal.

Em que consistia o seu trabalho?

O órgão responsável pela identificação das vítimas da tragédia é a Polícia Civil de Minas Gerais. Mas vários estados e a Polícia Federal colaboraram com esse grupo. O trabalho de identificação é bastante extenso. Primeiro, há a fase de campo. A perícia precisa trabalhar ao lado do Corpo de Bombeiros para processar de maneira adequada os vestígios que possam levar ao reconhecimento. O protocolo de busca e recuperação de corpos da Interpol prevê que sejam tiradas uma série de fotos mínimas já no local, que seja elaborado um croqui da região onde o corpo foi encontrado e que os vestígios sejam direcionados de maneira adequada. Feito o trabalho inicial, os corpos, vestígios e documentos de busca e recuperação embarcaram nos rabecões até o IML de Belo Horizonte. No IML os corpos foram necropsiados. Além disso são extraídas informações como impressões digitais, coletadas amostras de DNA, e é realizado um exame odontológico minucioso da arcada dentária. Em paralelo, foram realizadas entrevistas junto aos familiares no intuito de colher informações que possam ser confrontadas de maneira lógica. O trabalho é concluído com a identificação da vítima e a entrega do corpo aos familiares.

Quais as principais dificuldades dessa operação?

Do ponto de vista da identificação humana esse foi um desastre bastante complexo pelo número de vítimas e pelo grau de fragmentação de alguns corpos. Além disso, o processo de identificação foi se dificultando ao longo do tempo pela demora na retirada das vítimas. Pela perícia, o número de corpos pode ultrapassar o número de vítimas porque os peritos contam uma parte do corpo, por exemplo, como uma vítima. Isso multiplica o número de exames, gerando uma complicação a mais na identificação humana. Além disso, o volume de lama é muito grande em uma área muito extensa, então faltam meses de trabalho para a retirada de todos os corpos.

Dá para apontar uma principal causa das mortes?

Até agora, a principal causa mortis é o politraumatismo. Isso mostra que a onda de lama teve um impacto muito grande sobre as vítimas. Algumas foram encontradas sem roupas, o que mostra essa violência. Algumas tentaram se esconder em um contêiner e ele foi encontrado todo retorcido. Por isso foi fundamental uma resposta rápida e técnica.

O que o Paraná tira de lição dessa tragédia?

O incidente de Brumadinho mostrou que a colaboração das partes técnicas é fundamental. Ele também mostrou que os protocolos que já tínhamos funcionam. Agora a intenção é aprimorar ainda mais os protocolos. As equipes têm tido muito sucesso na identificação das vítimas. Isso é importante para mitigar o sofrimento das famílias. Nós queremos assinar termos de compromisso com outros órgãos para ampliar essa cobertura no Estado do Paraná.

Fonte: AEN

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