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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

'Botão do Pânico' é lançado no Paraná e vai atender mulheres com medidas judiciais protetivas



governo estadual lançou, na manhã desta segunda-feira (27), um dispositivo chamado de "botão do pânico". Ele será usado por mulheres que estejam com medidas judiciais protetivas. Atualmente, pelo menos 25 mil mulheres no Paraná têm esse tipo de restrição, em que o ex-companheiro não pode se aproximar.

A princípio, 15 cidades – que tenham Guarda Municipal ou Patrulha Maria da Penha – serão atingidas pela medida. Curitiba e municípios da Região Metropolitana estão entre essas cidades.

Se o "botão do pânico" for acionado, a Guarda Municipal ou a Patrulha Maria da Penha será imediatamente mobilizada para atender a situação.

A Justiça de cada um dos 15 municípios listará quais mulheres, consideradas em risco maior, vão receber o dispositivo.

Queixas por agressão na capital

De todas as mulheres que registraram Boletim de Ocorrência (B.O.) por agressão na capital paranaense, 76% são mães, de acordo com levantamento feito pela Delegacia da Mulher, divulgado na sexta-feira (24).


Entre elas, 11% atribuem aos filhos o motivo para continuar com o agressor. Segundo a polícia, as que responderam ter relação afetiva com quem praticou a violência somam 60%; 61% não dependem financeiramente dele.


Ainda conforme o levantamento, 47,16% das ocorrências registradas são de agressão física e 37,65% de agressões psicológicas e morais.

Casos de feminicídio

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) investiga 407 casos de feminicídio desde março de 2015, quando a lei sobre este crime entrou em vigor, em todo o estado, segundo apurou a RPC. Somente em Curitiba, foram 47 casos, segundo o levantamento feito em outubro.

Feminicídio é um crime de gênero cometido contra mulheres, quando há violência doméstica e familiar, e menosprezo ou discriminação à condição da mulher.

"Infelizmente quando chega no feminicídio, já aconteceram outras violências que compõem um ciclo de violências psicológicas, e, depois, uma lesão corporal, e aí culmina com o feminicídio. Desse número, mais de 90% se refere à violência doméstica e familiar", disse a promotora de Justiça Mariana Mazzo.

De acordo com a promotora, existe, sim, um menosprezo de que as situações nunca vão chegar a alguma coisa grave, de que é só um xingamento ou de que é só uma ameaça. "O que nós percebemos no dia a dia do nosso trabalho é que são ameaças que se concretizam, sim", argumentou.

A promotora destacou ainda que a denúncia é extremamente importante nessas situações. "Essa mulher não deve sofrer calada. Ela deve procurar algum espaço, nem que seja da assistência social e depois também na delegacia".


Por Dulcineia Novaes, RPC Curitiba e G1 PR

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