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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Pastor fala sobre os quinhentos anos da Reforma Protestante


Enquanto seres humanos, somos movidos pela história, pelos fatos. Eventos; sejam eles grandes ou pequenos, causam impacto entre as pessoas, as comunidades, os países. Em muitos casos, os eventos mudam completamente a maneira de se pensar e a perspectiva com que vemos e sentimos o mundo à nossa volta.
Há quase cinco séculos, um desses acontecimentos motivou novos olhares ao cristianismo, mudou conceitos e fez com que a humanidade repensasse seus atos e o caminho pelo qual vinham seguindo até então. O promotor de tal mudança foi Martim Lutero, que era padre e estava muito descontente com alguns pontos de doutrinas da Igreja Católica Romana. Ele propôs uma reforma no catolicismo. Na ocasião, o padre recebeu o apoio de vários religiosos e governantes europeus, mas também viu pela frente muita gente contrária às suas ideias reformistas.
Mesmo ante as divergências, nascia, portanto, a Reforma Protestante promovida por Lutero, no dia 31 de outubro de 1517, quando este publicou suas noventa e cinco teses a respeito do que defendia como mudança dentro da Igreja.
As atitudes do religioso provocaram uma acalorada revolução na religião, iniciada na Alemanha, estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contrarreforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento (1542 - 1545).
O resultado da Reforma Protestante foi a divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o protestantismo.
Lutero publicou cerca de quatrocentas obras durante sua vida. O monge morreu de derrame cerebral no dia 18 de fevereiro de 1546. Seu corpo foi sepultado na igreja do Castelo de Wittenberg onde, trinta e cinco anos antes, ele havia afixado suas noventa e cinco teses.
O tempo passou e muita coisa mudou no mundo, desde então. Várias tentativas de aproximação da Igreja Católica com a Igreja Protestante foram realizadas, mas a maioria, sem muito sucesso.
A partir do Concílio Vaticano II, iniciado em dezembro de 1961, a discussão sobre a reaproximação das duas doutrinas voltou a ser discutida, agora com muito mais abertura. Desde então, muitas foram as ações que passaram a ser executadas em conjunto entre as duas Igrejas e os laços de irmandade também foram estreitados, promovendo assim, uma união que, em anos anteriores, se julgava impossível.
Novos avanços ocorreram nos papados de João Paulo II e Bento XVI. Com a chegada do Papa Francisco ao Vaticano, a proposta de unir as doutrinas cristãs foi vista pelo pontífice como fator primordial para a humanidade.
Buscando uma “Igreja em Saída”, Papa Francisco encontrou no diálogo a melhor das formas para unir as pessoas em todo o mundo, sempre tendo Jesus Cristo como foco principal e seus ensinamentos como metas a serem buscadas e alcançadas.
No último dia 31 de outubro, uma celebração ecumênica na Catedral de Lund, na Suécia, com a participação do Papa, foi considerado um momento histórico para o cristianismo. O encontro foi em celebração aos quinhentos anos da Reforma Protestante, com a participação de dirigentes políticos e líderes católicos e luteranos. Na ocasião, o Papa manifestou seu pedido de perdão pelos erros do passado e pelas divisões. Ele também grifou que há o propósito de caminhar juntos e trabalhar pelo bem da humanidade.
Em entrevista, por ocasião das comemorações dos quinhentos anos da Reforma Protestante, a reportagem do Centro Diocesano de Comunicação (CDC) foi conversar com o pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil em Guarapuava, Walduino Paulo Littig Junior.
Pastor Walduino tem 35 anos, nasceu na cidade de Nova Venécia, Espírito Santo, é casado com Sandra R. Zorzanelli Littig e foi ordenado pastor há dez anos. Já desenvolveu seus serviços nas cidades de Canoas, Rio Grande do Sul, na Congregação Cristo, bairro Niterói e, em Guarapuava, na Congregação São Paulo, onde trabalha há cinco anos.
O religioso é formado pelo Seminário Concórdia de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul e pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) de Canoas, no mesmo Estado. Atualmente, cursa Mestrado em Teologia Prática no mesmo Seminário.
Pastor Walduino foi receptivo para com a reportagem do CDC e respondeu às perguntas que lhe foram feitas:

CDC –– A Reforma Protestante completa quinhentos anos em 2017. A separação foi resultado de um conflito dentro da Igreja Católica. Em seu modo de entender, este conflito mudou a forma de pensar da humanidade? Como?

Pr. Walduino –– De certa forma, podemos dizer que a Reforma também gerou um impacto considerável na humanidade. Além de uma grande explanação sobre a vida cristã, Lutero também trabalhou muito sobre outras questões pertinentes do seu tempo. Como, por exemplo, na área da educação. Onde propôs uma reformulação do ensino, levando a também moldar a educação moderna. Isto, nós vemos em dois títulos que ele escreveu: Manifesto pela criação e manutenção de escolas cristãs (1524) e publicou também – Lugar de criança é na escola (1530). Estas duas obras reforçam a necessidade para que todas as pessoas tivessem acesso à educação. A partir desse momento começaram a ser criadas...Para continuar lendo, clique AQUI.


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