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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Adelmo foi empossado como novo prefeito de Prudentópolis

Foto: Élio Kohut (Intervalo da Noticias)


Adelmo Luiz Klosowski (PR) foi empossado como novo prefeito de Prudentópolis, na noite de sexta-feira, 13, na Câmara Municipal. O vice-prefeito do município assume o comando da prefeitura interinamente após o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) decretar a prisão temporária de Gilvan Pizzano Agibert (PPS). 


O prefeito foi afastado do cargo depois de ser flagrado recebendo uma propina de cerca de R$ 20 mil de um empresário que presta serviços de coleta de lixo em Prudentópolis. O flagrante realizado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), ocorreu na tarde de quinta-feira, 12, em um imóvel em Curitiba. Segundo o GAECO, Gilvan está detido no Complexo Médico Legal, em Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba).


Após a cerimônia de posse, Adelmo falou sobre o momento político de Prudentópolis, durante entrevista aos órgãos de imprensa. O novo prefeito diz que a forma como conduzido ao cargo foi turbulenta, mas enfatiza que não poderia se omitir da sua obrigação de assumir a prefeitura nesse momento. Adelmo pediu a colaboração de funcionários e da comunidade, pois prevê que o executivo terá dificuldades nos próximos dias, em virtude do afastamento de alguns funcionários e secretários municipais, que foi determinado pela justiça. 


O novo prefeito deverá manter contato com outras pessoas ligadas a administração durante o período de recesso do carnaval para que o município possa retomar as atividades de forma normal na próxima quarta-feira, 18. 


Adelmo promete que sua administração a frente do executivo será pautada no “trabalho, moral, austeridade financeira, respeito ao dinheiro público e justiça”. “Assim como eu levo a minha vida, a vida com a minha família, com certeza eu vou transferir isso para a prefeitura”, comentou. 


Questionado sobre os eventuais prejuízos que a população terá com a mudança de prefeito, Adelmo afirmou que a principal dificuldade será montar a estrutura para dar andamento aos serviços essenciais. “Essas empresas que supostamente estão envolvidas e prestam serviços essenciais ao município com educação, recolhimento de lixo, isso pode gerar transtorno, porque se essas empresas forem impedidas, principalmente o lixo, nós vamos ter que usar nossos caminhões caçambas, que na realidade não é nem liberado, mas como medida emergencial, provavelmente vai acontecer isso”, explicou.


Adelmo também foi questionado sobre andamento das obras do Lago Municipal e da Vila São João, que ainda não foram concluídas. “Vou me inteirar de como está, mas eu venho não de uma linha política, uma linha empresarial, sou agricultor, engenheiro agrônomo, então tomo atitudes rápidas”, prometeu.


Já sobre possíveis mudanças no secretariado, o novo prefeito revelou que algumas mudanças poderão ocorrer. “Com certeza poderá haver mudanças até porque a administração quando passa por uma turbulência, ela precisa de uma oxigenação, tem que fazer uma mudança, que pode ser considerada radical, mas é bom para administração e o município”, finalizou. 


O presidente da Câmara de Prudentópolis, Julio Makuch (PSD), também conversou com a reportagem da Najuá. Ele iniciou a entrevista explicando que a Câmara apenas acatou o Mandado de Afastamento do Exercício de Função Pública, expedido pelo Desembargador Relator da 2ª. Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná, Dr. José Maurício Pinto de Almeida, no qual determinou o afastamento de Gilvan Pizzano Agibert (PPS), do cargo de Prefeito Municipal de Prudentópolis, a partir deste dia 13 de fevereiro. “Tendo em vista que o município não pode ficar sem comando, tendo a urgência de empossado nessa oportunidade. Estamos realizando tudo que a legislação prevê, até que todas as ações do GAECO e MP sejam concluídas, enquanto isso o vice está à frente do executivo”, disse. 
Indiciamento do prefeito


Julio afirmou que o julgamento político de Gilvan deve ocorrer nos próximos dias na Câmara. Nesse sentido, os próprios vereadores ou até mesmo a população podem solicitar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou Comissão Parlamentar Processante (CPP) contra o prefeito. “O indiciamento quanto às responsabilidades deve ocorrer nos próximos dias, no entanto, existe o julgamento pelo poder judiciário e o julgamento político feito pela Câmara Municipal. Nós teremos o recesso de carnaval, retornando as atividades dia 23, até lá teremos posicionamento quanto ao inquérito para que os vereadores possam também ter um conhecimento de tudo que ocorreu. É um momento para todos mantermos a calma, cautela e possamos seguir ritmos legais necessários, para que a gente faça tudo conforme a legislação. Com o objetivo de conduzir da melhor forma possível o trabalho da Câmara, para não prejudicar o município e o executivo dar continuidade as suas atividades em especial ao atendimento à população”, analisou. 


Envolvimento de vereadores


O presidente da Câmara ainda comentou sobre a possibilidade de indiciamento de dois vereadores, que não tiveram os nomes revelados pelo GAECO, que supostamente são donos de empresas de transporte escolar, que estão em nome de ‘laranjas’, e prestam serviços para o município. “Segundo informações preliminares, que nós já temos conhecimento, que já foram levantados pelo próprio legislativo, esse fato está sendo analisado, mas é algo bem diferente do que ocorreu com o prefeito. Todos nós em um determinado momento podemos estar sendo investigados, mas agora se existem indícios de irregularidades é outro momento, que a câmara terá a obrigação de investigar”, comentou Julio.

Texto: Rodrigo Zub (Rádio Najuá)
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